terça-feira, 31 de maio de 2022

Camisolas

31-05-2022 “Não há amigos, há momentos de amizade” Li esta frase algures e adquiri esta camisola para mim. Não sei se por motivo de ser desconfiado e não ter confiança nos outros, ou meramente porque eu também não sou de confiança. Esta conexão de frases que andam no ar, deixa-me confuso e acabo por guardar no armário estas camisolas, de que sou do signo gémeos e são pessoas de duas faces, porque por vezes sou manipulador para conseguir o que quero, e são estas camisolas que vou acumulando no meu armário que vou vestido conforme a estação no ano. Agora que tenho tempo para pensar, e não passo na mesma rotunda à mesma hora todos os dias, acho que é tempo a mais e estou sempre em busca de conhecimento, ou melhor em busca de ocupar o tempo. Sequencialmente quando estou a ouvir vozes, acabo por ter aquele pensamento de desdém “olha está a debitar o que aprendeu em algum lado e a fotocopiar como se fosse autora do pensamento que está a dizer”. E nesta consciência, encontro o motivo de não fazer por regar as flores que os seres humanos regam para ter à sua volta um círculo de amizades que dizem ser essenciais ou pelo menos importantes para vivermos. Eu, com a mania que não sou um humano e tenho a mania de que não sou um vulgar, subo o degrau e fico no meu canto a ouvir aquelas músicas clássicas depressivas que me ajudam a mergulhar na tristeza que eu tanto gosto e acabo por ter um ténue orgulho em ser um triste. Há umas semanas, uma amiga psicóloga disse ou fui eu que ouvi na minha cabeça a frase dela, de que; eu era um depressivo crónico. Mais uma frase que coloquei no meu armário porque me identifico com a frase ou fui eu que concebi a frase na minha cabeça, mas tenho quase a certeza que foi ela que proferiu. Espero mesmo que tenha sido ela. Mas depois de escrever estas linhas que tenho em mente encaminhar também para uma psicóloga eu ontem tropecei e simpatizei bastante. Entrou a pés juntos ao desatar um nó que vem desde que comecei a trabalhar na REPSOL, em tratar as pessoas com salamaleques vazios e perduram há mais de 20 anos. Ontem, num pós-1º contacto com o tropeço, constatei porque trato as pessoas por “você”. Para as manter distantes, só porque não gosto de pessoas na minha vida pela insegurança que tenho desde a infância. E cá estou eu a arranjar as desculpas da infância que ficou ali bem longe. E hoje é isto que me continua a deixar na solidão também ela voluntária e denomino-a de voluntária porque não encontro a camisola da humildade por erroneamente pensar que tenho-a na pele.

sexta-feira, 1 de abril de 2022

4º Passo

01-04-2022 Sempre apliquei as coisas conforme onde se encaixava melhor ao que eu queria. Hoje comecei a ler o 4º passo de NA. Um dia em que perdi esperança em ser chamado para o emprego de Responsável Administrativo após a entrevista de 1h20m na semana passada, em que fiquei com muita esperança de ser o escolhido. Ao mesmo tempo, a verdade é que gosto de estar desempregado e receber o que estou a receber. A verdade é esta. O meu receio é mesmo o que as outras pessoas pensam de eu não trabalhar e sim, eu também tenho o receio de já estar perto dos 42 anos e as perspetivas de um emprego ao encontro do que gosto ir diminuindo pela idade. Bem o 4º passo, fala de um inventário moral sobre mim. Vamos lá fazer uma 1ª abordagem. Coloco na minha vida o chapéu de não ter tido o colo de Mãe e Pai o quanto eu desejaria e qualquer criança necessita. Trouxe à minha vida uma grande insegurança disfarçada com o controlo que eu sempre tentei gerir à minha volta. Pura ilusão. Sempre fui uma criança de 2ª linha em que não me destacava em nada. Sempre seguia os líderes sem ter grande destaque. Nas amizades, como éramos um grupo grande de rapazes, também não tinha nenhum subgrupo de especialidade. De futebol ou outro desporto porque não jogava nada de especial, no grupo das drogas, porque nunca consumi nenhuma droga nem tabaco. Mais tarde no grupo que ia para a discoteca ver e tentar conquistar alguma menina. Aqui nada de especial, porque sempre fui uma pessoa tímida, ou talvez seja eu a justificar-me. A minha primeira paixão foi de uma vizinha dos meus avós paternos. Ana Teresa. Depois na tentativa de recuperar o “tempo perdido” e com a Internet, consegui conquistar a minha auto estima, perdida pela perda dos dentes da frente nos 14/15 anos por não ter autoridade em casa que me levasse a proteger os dentes dos doces e das cáries. Uma prótese dentária em criança não é fácil. Vou tentar recordar os beijinhos e abraços. Ana Teresa- Reboreda; Carla- Preparatória do Bocage;Joana- Bws; Carina – Bws; Luisa Tody- Não sei o nome; Conventual- Não sei nome; Yolanda- Internet; M. João-Internet; Depósito água- Sandra MD; Benidorm- Não sei nome; Vera- Escola Ana. AMOR Sempre tive a ilusão de que era um conquistador de raparigas,no entanto existiram poucas. Eu abrigava-me mais uma vez de que eram para ocupar o vazio de colo. Tenho algo que por vezes acorda e na minha intolerância com as falhas dos outros eu tenho a culpa de não ter aceite o pedido de desculpas da minha mãe querer regressar a casa, depois de ter mergulhado no pior quando foi viver com o amante que um dia ela me abandonou ao sair de casa com o meu irmão no colo a chorar e a pedir para ela não sair de casa. No regresso, após uns anos/meses eu não a perdoei e após isso ela teve uma tentativa de suicídio que a deixou para sempre numa cadeira de rodas. Talvez seja esta fator que me faz ser uma pessoa triste e deprimida. Sempre a demonstrar uma grande segurança que não é mais do que algo para esconder o ser frágil e inseguro que eu sou. Há pouco aqui do Inventário moral, mas vou voltar.

sábado, 12 de março de 2022

Chuva e tempo escuro.

Ainda bem que a chuva chegou, faz muita falta a tudo e a todos. Mas o que sinto é o agravamento da tristeza onde estou mergulhado. O mundo não está contra mim,eu é que estou revoltado contra o mundo. volto já.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Guerras interiores e Externas

22-02-2022
Os dias passam, sim nenhuma novidade que os dias seguem uns atrás dos outros. Se olhar para um relógio o ponteiro não tem pausa, tudo normal e quando a cabeça começa a duvidar de que dia é hoje, o que fiz ontem e o que planifico para amanhã sem ter segurança no pensamento e nem na articulação das palavras à mesa. Bem, então aí, talvez seja motivo para ficares preocupado e se vais às compras e no carrinho das compras colocas um livro de sopa de letras para muscular algo que nem tu sabes qual deve ser trabalhado a coisa piora. Já vais entrar no coitadismo e a seguir vem falar novamente do passado, blá blá bla whiskas saquetas que já nem tu consegues pensar nesssa conversa, porque já não faz sentido, Sim, já não faz sentido ! Tens de perceber do que gostas para saber o que queres fazer no futuro, porque isto das caminhadas, e liberdade para ser dono do próprio tempo que querias, eventualmente já começa a ser tempo a mais. Sei que gostas disto e deste estar, mas também à tua volta tu próprio colocas os olhos em cima de ti. Até a passagem pelo café da esquina já custa. Imagina que não tinhas a mulher que tens? Reparas nos pormenores que oferece? Sim, reparo e não sei como devolver, ou melhor devolvo com muito carinho e disciplina para não deixar o ser rude que não foi polido. Vim aqui para perceber que ainda sei juntar palavras e não apenas pegar nos livros a ler e no levante-se o réu reforço que os anos passam e o ser humano no seu eu verdadeiro não é muito diferente do que era há 20 ou 30 anos. Um tribunal tem lá tudo, mas mesmo tudo intrínseco à qualidade dos homens. Sobrevivência nos furtos, violência doméstica, delitos rebuscados ou de pessoas básicas. E esta palavra básica é um caixa que eu pensava que era um membro externo, e nestes dias, meses, estou a constatar que não sou muito para além do básico como eu durante anos pensei que fui e era. Sou dos mais básico e normal que há por aí. A inteligência é daquelas coisas que pensamos ser dotados e depois há alguém que vai identificar que tem mais inteligência que o outro e por aí adiante e sem termo à vista. É como estar mal e no buraco, o nosso é sempre o mais fundo e ais difícil, mas levamos os olhos e percebemos que “há sempre pior do que nós” esta expressão que alguém me disse há uns anos e eu não sei identificar quem foi. Certo é que a expressão faz sentido e basta ligar a TV e perceber como está o mundo em pleno Séc.XXI e ainda existem pessoas que brincam com as outras pessoas às guerras e aos tiros como se fossem jogos de computador que estivessem a manusear em casa no computador, no conforto de uma cadeira ou de um sofá. Como é possível, existir milhares e milhares de pessoas a morrer porque uns querem impor os seu egos a outrem e dar ordens de matar e promover guerra. E hoje está bem iminente começar uma guerra entre a Rússia e a Ucrânia patrocinada pelos outros países que não querem ficar fora dos jogos de poder económicos e afins. Sou mesmo um grão de areia pequeno neste mundo.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Gratidão

Estou muito grato à família que constítui. Estou grato à saúde que as minhas filhas têm. Estou grato por não ter falta de nada material. Estou grato por ter oportunidade de usufruir de bens materias que tenho ao meu dispor. Estou grato em ter paz e amor na minha vida.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Solidão Voluntária

29-11-2021 Quando estava empregado, pensava muitas vezes que não tinha tempo para isto e para aquilo. Hoje acordei sem nada para fazer e peguei no livro que ando a tentar ler há algumas semanas, devido a que o Netflix tenha entrado novamente no programa da noite. Marcação do Veterinário para o Mozart e falta o açaime para o levar amanhã. Vu até à Lardosa passar a tarde porque Ana também vai à cabeleireira. Pelo caminho venho a divagar sobre a resposta que o meu irmão deu à partilha que fiz da minha deslocação a Setúbal. Percebo que ele está um homem, tem por ali conselhos tácitos que acato, porque percebo que ele está um gajo maduro e ponderado na sua forma de estar.. Sim, sei que é mais fácil a racionalização quando estamos bem, que me parece ser o caso dele. Este vício de estar triste não salta para fora. As energias andam no ar e estou mais atento a gestos que a Ana e as miúdas que fazem de toques suaves que chegam a mim interpretados “tens o dom de perceber como estou e esse movimento vem na hora certa”. Esta tristeza traz-me à Lardosa, porque além de vir recolher objectos que fazem falta em CB, é um pretexto para estar sozinho. Gosto desta solidão voluntária. A verdade é que gosto de não ter horários para cumprir, agendas para riscar e estas minhas dicotomias gostas de ter um caminho para percorrer e um destino para chegar. Sim, não é coerente o que escrevo, mas a coerência também é algo que não acompanha a minha respiração. Estar sentado em casa à janela a escrever isto com o sol a bater na face é uma imagem de sonho e agora que estou no sonho, acabo por optar por não estar bem, porque eventualmente nunca me sinto bem e busco sempre algo que não sei o que é. Esta lengalenga não me leva a lado nenhum, mas eu também não sei para onde e se quero ir. Parece que estou um diário infantil que normalmente as raparigas tinham na adolescência. Raparigas e eventualmente rapazes mais desenvolvidos, que não foi o meu caso na adolescência. No outro dia, escrevi qualquer coisa sobre o reconhecimento que as minhas filhas receberam na escola. Eu não me recordo de nada da escola, tenho noção que nunca estudava, trabalhos de casa não sei se os tinha, mas de qualquer modo, fazia ou não era igual, porque ninguém me perguntava, deve ser por isto que não tenho recordações. Sei que era aluno dos mínimos, que andava ali a ter um três por disciplina e nem educação física eu me destacava. Não verdade nunca fui bom em nada. Nunca pratiquei um desporto. O melhor que fiz, foi o curso de despostos náuticos que sempre gosto de destacar. E de resto, nada de nada e continuo a não ter nenhuma imagem do que sou bom. Sinto que a minha vida é uma tristeza por não ter capacidades nenhumas. Não sei no que me poderia destacar, sou do mais normal que existe desde miúdo. Vou tirar um curso apenas e só para ter uma licenciatura de que em nada serve. Ok, eventualmente consegui alguma expansão do cérebro que não tinha e nada mais que isto que é muito pouco.

Dias vazios

25-11-2021 O tempo para pensar pode ser bom para localizar onde estou, mas pode ser mau para constatar que o tempo está a passar. Percebo que isto um dia acaba, percebemos que as filhas cresceram e que não sei ainda do que me faz feliz a nível profissional. Não sei qual a estrada por onde deveo seguir, nem consigo a decisão de saber se vou ou não à cidade onde nasci este fim de semana para estar com 2 “amigos”. O que é a amizade? Ir beber uns copos e recordar a infância, recordar as gargalhadas e gozar uns com os outros. Pois, não sei o que é amizade porque não tenho a quem telefonar para dizer que estou com medo do futuro, estou com receio do que vai ocorrer nos próximos 25 anos, porque a nível profissional estou num barco sem saber que direção seguir. Sim, nos últimos anos andei num barco sem saber onde ia, sabia somente que tinha o ordenado para ter aquelas coisas que nos fazer ser consumidores normais. Sei que desejava este tempo para mim, estar na minha casa sozinho a fazer o que estou a fazer, mas quando cheguei aqui, fico sem saber se isto me deixa feliz. Entrego tudo o que tenho na Ana, por reconhecer que ela é a mulher da minha vida. Elas e as minha filhas são tudo para mim, e nem sei o qua existe para além delas. Tenho um receio enorme de que um dia a Ana não queira continuar a fazer a caminhada de vida comigo quando as filhas saírem de casa, quando olhar para mim e perceber que não tenho nada para lhe dar. Ontem, no programa do Carlos Daniel da RTP, vejo o painel de 9 convidados e percebo que as capacidades que eles demonstram são muito para além das minhas. Percebo que a minha vida não tem nada que acrescente ao mundo, sinto que sou uma mera folha caduca que no outono ou no inverno cai e fica no chão e pronto, está por ali sem ninguém reparar, ou recebe a atenção do varredor municipal para dar um jeitinho à rua. A filha mais nova voltou a estar no quadro de honra, eu vejo o certificado e reconheço que na idade dela eu estava num nível muito mais abaixo daquele de estar num quadro de honra e fico abrigado na frase de conforto “é preciso ter sorte onde se nasce” e eu não tinha as ferramentas e os estímulos com que ela hoje está contemplada. A vida é mesmo assim e ao teclar reparo que as minhas mãos já têm aquele tom de envelhecimento pelas rugas também aqui estão presentes. Sim, eu sei que devemos aproveitar a vida enquanto cá estamos e existe a noção de que estou a desperdiçar o tempo com a tentativa de escrever algo, sem ter as bases de um Português que aprendi tarde. Mas neste vazio, existe algo desconcertante na tristeza e há muitos anos que sei que a tristeza é um vício e que eu gosto de dar uma trinca de vez em quando. O destino da vida foi este.